sábado, janeiro 02, 2010

Espinhos

Paz. Talvez fosse isso que Luisa estivesse precisando naquele momento. Refletir sobre seus passos, suas atitudes. A tão tenebrosa viagem de volta para casa acabava de se tornar um monólogo expressivo de sua mente e nesse instante ela era a capitã de sua vida. Sonhos, carícias, promessas tudo girava em sua mente. Símbolos de status não significavam nada para ela. Nós humanos, tão sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. Hoje ela era um espinho, mas o espinho não machuca uma flor. Acompanha.

Ao chegar a casa reparou q a mesa estava posta para o almoço. Haviam 4 pratos e não 3 como de costume. Luisa logo fechou a cara. Quem poderia ser? Sua mãe não era de muitos amigos e sua irmã não gostava de trazer as amigas. Entrou sorrateiramente e ficou maravilhada com o que viu. Um homem de alma reluzente estava sentado na cadeira de seu quarto. O homem mais importante de sua vida: seu pai. Alegria e raiva agora eram sinônimas e vinham acompanhadas de um longo questionário a mente de Luisa.

“Por que ele só foi aparecer agora?”; “O que ele está fazendo aqui?” – Perguntas, perguntas e mais perguntas. Porém a jovem permaneceu calada. Com uma expressão de saudade estampada na face, largou cuidadosamente a mochila sobre a cama e como um gato de rua, saltou para cima do homem que estava na cadeira. Após 5 anos, o mago de suas histórias estava finalmente ali.