segunda-feira, dezembro 07, 2009

Torta de menta.

Sono rei insistia em ir embora. O sol arriscava pousar suavemente em sua janela. Iniciava assim mais um dia, mais um desafio a ser vencido. Luisa não queria sair da cama, mas não aparecer na aula seria pior. As pessoas não se contentavam com um simples “estou com dor de cabeça”. E como num passe de mágica mudou de roupa, tomou café e como diriam os mais antigos "foi à luta". Enfrentar aqueles estereótipos já tão bem conhecidos era quase uma terceira guerra mundial. No meio da multidão avistou o que os filmes chamavam de “grande amor da sua vida”. Para ela, namorado bastava.

Vinícius não era o padrão de beleza dos galãs de novela, na verdade estava longe de ser, mas para Luisa ele era o seu ‘Mr. Right’. Os olhos verdes como as folhas que balançavam naquela manhã ensolarada fitavam Luisa de uma maneira única. O olhar de ternura que caia sobre ela era de alguém realmente apaixonado. Ele era o seu refúgio, a dose diária de adrenalina que confortava sua alma. Com ele tudo parecia mais fácil, os problemas pareciam ser reduzidos em seus abraços e suas palavras de carinho. Confrontos? Quase não existiam.

“-Vou embora com você amor.” Aquelas palavras que saiam da boca de Vinícius soavam como música em seus ouvidos, era tudo o que ela queria. Transformar horas exaustivas dentro de um ônibus repleto de estranhos em oportunidades. Afinal, era assim que Luisa via cada momento ao lado de seu namorado. Era a oportunidade, principalmente, de ser ela mesma, sem ter medir cada palavra ou fantasiar possíveis reações. Se ele estava ali era porque a aceitava exatamente daquele modo. Ele era o seu veneno para a monotonia diária que vinha no pacote da rotina. Contou as horas, os minutos e os segundos até o final da aula. Poderia agora fugir. Correu para a saída muito animada, imaginando os assuntos que ilustrariam suas conversas com Vinícius a caminho de casa. Foi então que recebeu uma mensagem via celular. Informava seu namorado:

“Desculpa, mas esqueci que tinha marcado de jogar depois da aula com a galera. Quando chegar me avise. Beijos, Vinny.”

Nesse momento seus pensamentos se esbarravam como consumidores frenéticos no shopping em época natalina. Que galera seria essa? Ele não era de jogar. De repente se viu comendo uma torta de menta, deliciosa, porém amarga, estranhamente paradoxal.
P.S.: Obrigada Dani pela sugestão de nomes.

3 comentários:

  1. Eta drama....eu ainda preferia terror...
    hahahahahhahahahahhaha......sacanagem
    achei mto legal o texto...parece uma historia de alguem q conheço...
    Ta mandando bem ju!!
    bjs

    ResponderExcluir
  2. Amiiga! que liindoo! queria saber o que acontece depois! vou ter que comprar o livro ou assistir o filme? hahahahahahha.. ta mandando benzaaaço!como que é mesmo? ela é BAMBA né? ;)

    Beiiiiijo ;*

    ResponderExcluir
  3. Ótimo Juh.. . cm certeza alma de cineasta

    ResponderExcluir